terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Simplesmente, não há.


Não Há

Esta noite não há estrelas no céu;
Esta noite não há luar no céu;
Esta noite não tem calor, mas sim muito frio e dor.
O gelado do afeto, dando a impressão de que a felicidade fugiu...
Fugiu para o nunca...
Deixando-me órfão do seu brilho...
Brilho que nunca existiu!

Esta noite eu bebo
Esta noite eu fumo,
Nesta noite eu “cheiro”,
Eu injeto...
Absinto no sangue,
DNA derrotado.
Esta noite eu me corto,
Eu sangro,
Vejo o sangue escorrer...
Esta noite eu não me “toco”.
Não sinto prazer!

Esta noite eu não fecho meus olhos e durmo como inocente.
Esta noite eu perplexo... Anexo sem ação metafórica!
Hipérbole maldita do surreal.

Vidrado sem coordenação,
Soldado perdido no deserto...
Perco-me no luar que existiu em seus olhos...
Hipnotizado pelo doce gosto dos seus lábios...
Obsesso ao comando do seu corpo.

Esta noite sou virgem mal sexuada.
Desabençoada,
Inútil...
Prostituta aposentada,
Cafetão bêbado intocável.

Esta noite a vergonha se torna minha única companheira.
A dor se torna minha amiga,
O remorso e a repugnância meus amantes.

Esta noite eu me deito “sujo”.
Eu não possuo o sonho dos inocentes,
Calo-me com custo,
Da verdade que foi a degradação da traição.

Esta noite não há desculpas,
Não há palavras...
Não há belos versos...
Não há poesias para serem declamadas,
Não sentimento para ser expressado...
Não há sonhos...
Não há lembranças...
Não a perdão, pois perdão é divido... e eu não sou Deus!


(DCR)