domingo, 9 de março de 2014

Displicência Bipolar

Noite aberta.
Coração fechado.
Ar fresco.
Hipotermia sentimental.

Mais cigarros,
Mais tristeza,
Garganta sufocante,
Peito rasgado.

Olá, prazer meu nome é melancolia.

Nem sei se ainda consigo escrever,
Nem se quer entendo minhas palavras,
Minhas emoções.
E o sentimento?
O sentimento se tornou um dilema dentro de mim,
Um beco sem saída,
Um beco escuro e gelado.

A misantropia é a melhor amiga,
Está no sorriso,
No olhar,
Está na rotina,
Do arrepio da pele,
Ao gosto amargo na boca.

E então me perco no agora,
Maldito agora.
Errante, rezante, suplicante e humilhante.

E ainda tenho a displicência de questionar a Deus,
Onde está minha felicidade?
Quando gozarei de tal, inefável sentimento?

Dizem que amar é um dom,
Mas Deus, estou cansado deste dom.
Cansado da ilusão,
De saber, e querer fazer acontecer...
Mas tudo simplesmente vai embora com a água da chuva...
Pessoas, coisas, lugares, histórias enfim.

Na verdade estou cansado de me olhar no espelho,
E ver apenas um menino chorão.
Estou farto de tantas lágrimas!

Estou cansado de me perguntar,
E de esperar uma resposta... E nunca vir.
Estou cansado de acreditar em milagres,
Como se a vida fosse um filme, onde tudo acaba bem.

Mentira!

É como se todos estivessem observando,
Atentos ao momento da minha queda.
E nisso, me perco cada vez mais...

Deus, me perdoe.
Cansei de tudo, inclusive das suas regras.
Estou cansado de ter medo de ti, Oh Pai.
Cansado de viver, de recomeçar...
Deus, me perdoe.
Estou simplesmente cansado,
E o cansaço está se tornando, meu definitivo, estado de espírito.