sexta-feira, 26 de março de 2010

Sou apenas mais um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa, nasci menino e hei de morrer menino. O buraco da fechadura é, realmente, a minha óbvia ótica de ficcionista. Eu só quero ser eternamente jovem, para sempre garoto, continuar sendo esse anjo pornográfico que Deus me fez.

Amor maior do mundo.


Que eu seja como o que tece o pano na floresta, profundamente escondido. Que eu possa fazer o meu trabalho sem interrupção. Que eu seja um exilado, se é este o sacrifício. Que eu conheça a procissão sazonada do meu espírito e do meu corpo, e possa celebrar os quartos em cruz, solstícios e equinócios. Que cada Lua Cheia me encontre a olhar para cima, nas árvores desenhadas no céu luminoso. Que eu possa acariciar flores selvagens, cobri-las com as mãos. Que eu possa libertá-las, sem apanhar nenhuma, para viver em abundância. Que meus amigos sejam da espécie que ama o silêncio e que sejamos inocentes e despretenciosos. Que eu seja capaz de gratidão. Que eu saiba ter recebido a alegria, como o leite materno. Que eu saiba isso como o meu gato, no ossos e no sangue. Que eu fale a verdade sobre a alegria e a dor, em canções que soem como o aroma do alecrim, como todo o dia e na antiguidade, erva forte da cozinha...
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Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem! (Hebreus: 11.1)

domingo, 14 de março de 2010

Gasto todo meu tempo esperando por aquela segunda chance, por uma mudança que resolveria tudo! Sempre há um motivo para não me sentir bom o bastante, e é difícil no fim do dia. Eu só preciso de alguma distração, uma perfeita liberação, e a lembrança vazará de minhas veias. Estou tão cansado de seguir em frente. Para todos os lugares que eu me viro existem abutres e ladrões nas minhas costas, e a tempestade continua se retorcendo e se retorcendo. E infelizmente eu continuo construindo a mentira que invento para tudo que me falta. Não faz nenhuma diferença escapar uma última vez; é mais fácil acreditar nesta doce loucura, esta gloriosa tristeza que me faz reconhecer a derrota.

quarta-feira, 10 de março de 2010



Não interessa o que acontece, não interessa o que vivemos, não interessa as conversas, não interessa o que fazemos, o fim parece que sempre será o mesmo e nada do que mudamos, ou tentamos fazer diferente ajudará. Parece que quando somos de um jeito, iremos para sempre ser daquele jeito e conversas, risos, choros, gritos, nada do que fazemos poderá mudar isso. Dias após dias, penso em como vai ser o amanha e vejo que o amanha nunca é como quero, e também sei que esse amanha pode não chegar, mais enquanto estiver preso a este mundo que vivo, nada do que sonho ou quero para mim irá acontecer, eu sei.

- Yes, I wonder

Summer comes and then it disappears, it's last out of something. Summer comes and disappears, from a mirror, like a tear, we appear. The last out of something. Yes I wonder: where are you now, where are you now? Because it's going, and it's going, and it's going, and it's going, and it's going, and it's going, and it's gone... and then it's lost!