quarta-feira, 28 de novembro de 2012


Dont Hurt Me.

Foi naquela tarde nublada, chuvosa, e constantemente vazia.
Ecoou pelo corredor, o som sombrio do gatilho do revolver.

Não demorou cerca de 23 segundos para que o povo se desse conta de que algo havia, de fato, mudado. O sangue começou a escorrer pelo corredor, e pessoas de vários cantos começaram a se amontoar diante de tal tragédia. Não se importavam, apenas gostavam do gosto amargo da tragédia.

Um garoto de 17 anos com alma de 60.
Os olhos eram claros, verdes como o pasto encoberto pelo sol do meio dia, olhos abertos – perplexos, sem ação, agora eram olhos vazios – mortos.
O cabelo castanho claro já se encontrava quase ruivo, pois o sangue havia tingido parte da cabeça. A pele gelada, branca, como ele gostava, admirava.

Enfim ele estava entregue, na hora certa, no minuto certo, a bala certa, a cabeça certa.
Ali, ninguém mais podia machucá-lo. Nada poderia ser feito.
Anos e anos pensando nas pessoas ao seu redor, e hoje, ele tirou o dia de folga e pensou apenas nele mesmo e sua própria dor.

Dont Hurt Me II.

Eu não quero ser assim,
Então não me olhe desse jeito.
Só me deixe voar, pra longe, onde nem o céu seja o limite.
Só vou acabar com o meu cigarro,
Logo só será eu e minha liberdade.

Eu sei que isso dói,
Mas entendam – EU escolhi isso.
Eu realmente quero partir,
Quero ir embora...
Então não brigue comigo,
Eu não tive a intenção de te machucar,
Eu só tive a intenção de ser livre...
Mas não se preocupe, logo vocês superaram
Pois ninguém guarda o luto para sempre.
Pessoas são substituídas segundo por segundo. Não?!

Dont Hurt Me III.

Espero que aqui embaixo ninguém me odeie.
Espero realmente que aqui embaixo ninguém me julgue por ser quem sou, afinal, se estamos todos aqui no escuro é porque fizemos coisas parecidas – PECAMOS.
Espero que eles me entendam ,
Que enxerguem que o que fiz, foi sim por querer. Eu nunca havia desejado tanto algo.



Dizem que o céu é o melhor caminho,
Mas este caminho é muito árduo, e difícil de caminhar.
O céu é como um jogo super concorrido e cheio de apostas.
[Quem entra? Quem sai?]

Cá entre nós,
Tenho essa coisa dentro de mim,
Eu preciso ser diferente, se não não seria eu mesmo.
Não gosto de regras,
Aquele que ordenar sob minha cabeça será claramente declarado meu inimigo.
Eu penso,
Eu faço,
Eu pago por minhas próprias consequências.
Eu sou só eu.

Não gosto desse lance de que os anjos estão olhando por nós,
Parecem estar 24hrs julgando o que fazemos,
Rindo dos nossos erros,
Se enraivecendo com a nossa própria liberdade.

Não quero ser zombado,
Não quero saber se é justo ou não.
Eu quero esquecer o certo  e o errado.

Livre arbítrio não existe, nunca existiu.
Só existe a besta, apenas a sensacional besta. O anti-cristo.
Onipotente e onisciente.
A besta é abençoada.
Deus guia e guarda a besta.
Afinal de contas, é preciso existir trevas para poder existir a luz.

Deus e a besta.
O casal perfeito.
Amor bipolar.
Masoquismo espiritual.

E depois eu que sou o errado, só por não querer mais viver.
Sou errado apenas por não querer mais jogar esse jogo sangrento de viver ou viver.

Não me machuque por pensar assim, por ser assim.
Sinto muito, mas talvez um dia pague realmente por isso,
E nesse dia ficarei feliz,
Ficarei feliz em lembrar que fiz a única coisa correta para mim mesmo, não para os outros.

Agora sou livre,
Livre da verdade, da ilusão, da agonia constante do viver.