sexta-feira, 25 de novembro de 2011


O que nos resta ser,
se não aquilo que já fomos talhados antes mesmo do nascer do sol?

O que mais resta ao vilão,
se antes mesmo do livro ser aberto, sua história já esta escrita?

O que nos resta, além do que foi proposto em prato quente,
banhado a hipocresia e vingança pelo próprio cozinheiro impiedoso?

Eu te respondo.
Te respondo que não resta nada,
muito menos esperança,
muito menos amor.

A angustia é o verdadeiro zangão do meio-dia.
A descrença é o abutre que sobrevoa a carne morta.
A fé é como o tik-tak do relógio,
vem e vai até o momento da pilha se descarregar totalmente.

Somos ditos pecadores,
muito tempo antes de descobrirmos o significado de tal palavra.

Vivemos um circulo iminente ao vicio dos pecados, dos erros premeditados.
A vida se tornou o próprio erro premeditado.
Vivemos tão automaticamente que paramos de respirar e nem se quer percebemos.

Não se pode haver paz enquanto o cão branco e o negro lutam por sangue.
Não se pode encontrar paz evitando a verdade.

O desgosto da rotina me faz sangrar.
O sangrar me transformou no próprio desgosto da rotina.